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Editora do New York Times se demite e faz críticas ao jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Bari Weiss, editora de opinião do jornal americano The New York Times, deixou o cargo nesta terça-feira (14).Em uma longa carta na qual explica a decisão, ela criticou o jornal por não protegê-la do "bullying" constante dos colegas e disse que a Redação "tem o Twitter como seu editor definitivo".







A jornalista diz que foi contratada em 2017 para trazer ao jornal vozes que não costumavam aparecer em suas páginas, como as de escritores iniciantes, centristas e conservadores. Isso porque o jornal havia fracassado no ano anterior em antecipar a eleição de Donald Trump e acreditava que isso se devia à falta de pluralidade nas opiniões do jornal.



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Mas Weiss diz que foi chama nazista, racista, e que sofreu um bullying constante de colegas ao tentar trazer as opiniões "politicamente incorretas" ao Times.



"Artigos que seriam publicados facilmente há apenas dois anos agora colocam um editor ou escritor em sérios problemas, se não fora do jornal. E, se uma reportagem é considerada suscetível de inspirar reação interna ou nas mídias sociais, o editor ou escritor evita divulgá-la", afirma a jornalista. "O Twitter é o editor definitivo do jornal".



Eileen Murphy, porta-voz do New York Times, disse em comunicado que o jornal "está comprometido em promover um ambiente de diálogo honesto, pesquisador e empático entre colegas, onde o respeito mútuo é exigido de todos".



Kathleen Kingsbury, editorialista do jornal, agradeceu pela contribuição de Weiss à Redação, mas disse que está pessoalmente comprometida em garantir que o jornal continue a publicar vozes, experiências e pontos de vista de todo o espectro político.



Segundo o jornal, Bari vinha sendo criticada por suas opiniões e declarações polêmicas sobre aspectos dos movimentos sociais identitários que tem se fortalecido nos últimos anos.



Um caso emblemático foi o do artigo na página de opinião do New York Times, assinado pelo senador americano Tom Cotton, que pedia a intervenção das Forças Armadas para conter os protestos contra a morte de George Floyd, homem negro assassinado por um policial branco.



O artigo recebeu quase 2.400 comentários, a maioria negativos, e parte da Redação do jornal reagiu formalmente, com uma carta ao jornal assinada por cerca de mil funcionários.



Em um tweet, Weiss descreveu a turbulência dentro do jornal como "uma guerra civil", entre jornalistas diferentes gerações. Muitos membros da Redação contestaram Bari, dizendo que a postagem foi inadequada e deturpava as preocupações dos colegas.

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