O governo do Reino Unido anunciou, nesta sexta-feira (11), que irá avaliar combinar um dos componentes da vacina
russa Sputnik V com a vacina produzida pela AstraZeneca. Segundo comunicado, um novo ensaio clínico, que agrega as
vacinas de adenovírus da Rússia e as vacinas de tecnologia de mRNA, será iniciado no fim deste ano.
"À medida que mais vacinas são aprovadas em todo o mundo, é importante explorar como elas podem ser usadas no
ambiente do mundo real e estudar sua intercambialidade", afirma a farmacêutica britânica. "Avaliar a combinação de
diferentes tipos de vacina contra Covid-19 pode ajudar a aprimorar a segurança e garantir maior acessibilidade ao
imunizante, além de fornecer uma nova abordagem para ajudar a superar esse vírus mortal", acrescentou.
No dia 23 de novembro de 2020, o Fundo de Investimento Direto Russo e o Instituto Gamaleya, responsáveis por
produzirem a Sputnik V, ofereceram à AstraZeneca o uso de um dos dois componentes da vacina Sputnik V. Nesta sextafeira (11), foi anunciado que a farmacêutica aceitou envolver as duas vacinas em um estudo clínico.
De acordo com a AstraZeneca, é provável que a combinação assegure imunidade ao vírus por um período de tempo maior.
Além disso, ela anunciou que a exploração dessa variedade de opções pode ajudar a tornar os programas de imunização
mais flexíveis, o que permitiria aos médicos o poder de escolha mais abrangente na hora de administrar as vacinas.
“Este exemplo único de cooperação entre cientistas de diferentes países no combate conjunto ao coronavírus terá um papel
decisivo na vitória final sobre a pandemia", disse Kirill Dmitriev, CEO do Fundo de Investimento Direto Russo. "A decisão
da AstraZeneca de realizar ensaios clínicos usando um dos dois vetores do Sputnik V para aumentar a eficácia da sua
própria vacina é um passo importante para unir esforços na luta contra este vírus", avaliou.
Dmitriev ressaltou que eles estão determinados a desenvolver essa parceria no futuro e a iniciar a produção conjunta depois
que a nova vacina demonstrar sua eficácia no curso dos testes clínicos. "Esperamos que outros produtores de vacinas sigam
nosso exemplo", completou.
A Sputnik V possui dois componentes diferentes baseados em adenovírus humano, e é aplicada em duas doses. No fim de
novembro, os cientistas russos concluíram que a vacina tem 91% de eficácia, 28 dias após a primeira dose, e 95% após 42
dias.
Já a AstraZeneca informou que sua vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, apresentou eficácia
média de 70% na proteção contra o vírus. Foram considerados testes de voluntários em estudos de fase 2 e 3 no Reino
Unido e no Brasil.
Fonte: CNN Brasil*