FORD: Maior impacto na economia só aparecerá em 2 anos, diz prefeitura

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FORD: Maior impacto na economia só aparecerá em 2 anos, diz prefeitura

 


A Ford foi a primeira montadora do Nordeste. Instalada em Camaçari em 2001, teve investimento inicial de U$ 1,2 bilhão e chegou a produzir 250 mil carros por ano - Foto: Reprodução

A prefeitura de Camaçari divulgou nota segundo a qual os maiores impactos negativos do fechamento da Ford sobre a economia do municipal não serão sentidos de imediato, mas daqui a dois anos.


De imediato, segundo estimativa da gestão municipal, a perda anda na casa dos R$ 30 milhões ao ano, com a retração na arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS).


No entanto, o estrago maior, caso não haja "substituta" para a empresa antes disso, virá nas perdas de arrecadação de receita com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que será de R$ 100 milhões a partir de 2023, como exposto na nota.


Apesar dos números apresentadas, a prefeitura acredita em prejuízos bem maiores, "pois tudo funciona como uma grande cadeia, que também atinge o setor de serviços".


Segundo a Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec) quanto ao desemprego e geração de renda, o prejuízo é incalculável e terá impacto na vida de milhares pessoas. Atualmente, a empresa possuía cerca de 1.600 funcionários diretos, além dos empregos indiretos relacionados ao setor de autopeças. Todos serão afetados pelo fechamento da fábrica.


O que continua


A unidade de Camaçari, que produzia o SUV compacto EcoSport e o compacto Ka nas versões hatch e sedã, será fechada imediatamente, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. No entanto, será mantido o Centro de Desenvolvimento de Produto.


O que diz a Ford


Em comunicado divulgado à imprensa, a fabricante diz que a decisão foi tomada "à medida que a pandemia da Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas".


Em carta aos concessionários, a montadora afirmou que “desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas” e que a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, “o que não é mais sustentável”.


A montadora citou ainda a recente desvalorização das moedas na região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis”, e mencionou a pandemia e a ociosidade nas linhas de produção, “com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”.


A Ford foi a primeira montadora do Nordeste. Instalada em Camaçari em 2001, teve investimento inicial de U$ 1,2 bilhão e chegou a produzir 250 mil carros por ano.

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